domingo, 29 de abril de 2012

Qual o futuro da nossa cozinha?






Difícil falar em um única tendência para as cozinhas. A Eurocucina este ano mostrou muitas direções. Há as cozinhas praticas, herméticas e minimalistas e há aquelas que parecem sugerir que a gente passe o dia na cozinha de tanto trabalho que deve dar pra mante-las em ordem. Acima, cozinha da Marchi e abaixo, dois angulos da cozinha Diesel no estande da Scavolini.










No meio do caminho, aparecem cozinhas com um tempero "industrial" (isto, sim, parece novo), com muita superfície em aço -- de todo tipo: escurecido, martelado, desgastado -- aramados aparentes, luminárias que parecem saídas de antigas fábricas, rebites e parafusos à mostra. Não se engane, embora a ideia seja de dar a impressão de coisa mal acabada e usada, todos os detalhes são perfeitos. Olhando bem, tive até a impressao de que para fazer estas cozinhas com aspecto de mal acabadas deve dar o dobro do trabalho. Abaixo, cozinhas da Marchi e da Stosa





Algumas ideias são bem interessantes, como o tampo da bancada e mesa da cozinha da Diesel, desenvolvida pela Scavolini, e uma semelhante mostrada pela Marchi, em que a madeira foi revestida com uma placa de aço e o acabamento nas laterais tem rebites e parafusos aparentes. Como a chapa de aço não fica "colada" à madeira criam-se pequenos amassados e imperfeiçoes que potencializam a ideia de coisa rústica.






















O resultado final é muito bonito e dá aquela sensação de conforto que só as coisas bastante usadas nos dão, como um tenis velho ou o jeans surrado. Abaixo, cozinhas da marca suiça Kvanum, repare no fogão em ferro com acabamento esmaltado da Aga, fabricado na Inglaterra.






Falando em coisa revisitada, deu pra notar que boa parte das marcas  embarcou de vez no retrô. Acabamento laqueado, suerfícies em madeira de demolição, portas e frentes de gavetas com moldura e "respiros" em tela de metal, cubas grandes e profundas em pedra ou Corian, mesas com base em ferro batido, são alguns dos itens que nos remetem a uma viagem no tempo até a casa das nossas avós. Com tanto material "difícil" não consigo nem imaginar a possibilidade de preparar um bife nestas cozinhas, mas não dá pra negar que o climão nostálgico e romântico desperta uma vontade de amassar um pão para o lanche da tarde. Abaixo, a primeira cozinha com acabamento laqueado é da Stosa, as outras duas são s da italiana Marchi.









No quesito cozinhas herméticas e minimalistas, as da Boffi (foto) ganham disparado. Tão limpas que acho até difícil encontrar panela que combine.